Segundo o senhor Miguel Sousa Tavares (MST) na sua mais recente crónica: "Portugal foi eleito para o Conselho de Segurança da ONU graças, em grande parte, aos votos dos países árabes e contra o voto de vários outros países, entre os quais Israel." . Serve-lhe este preâmbulo para se lançar num ataque à frase de Paulo Portas (tudo pela Palestina nada contra Israel) sobre a tomada de posição de Portugal na votação do Conselho de Segurança (C.S.) sobre um Estado da Palestina.
Na verdade a frase em questão é contraditória, embora , a meu ver , não do mesmo ponto de vista de MST.
Também tem toda a razão quando diz que "há alturas na vida em que até a diplomacia tem de escolher".
Mas que essa escolha seja feita como paga de um favor (a votação dos países árabes a favor de Portugal no C.S.) apoiando as suas posições, além de errada é uma demonstração de subserviência (ou essa subserviência só existe quando concordamos com os pontos de vista dos E.U.A., como mais á frente na sua crónica afirma MST ?).
Apela ainda para os interesses portugueses, afirmando que Portugal deve alguma coisa e tem bastante a esperar de boas relações com o mundo árabe.
Não compreendo o que raio poderemos dever ao mundo árabe e que mais de alguns negócios chorudos que apenas irão encher os bolsos de meia dúzia teremos a esperar das boas relações com o dito mundo árabe ?
Mas tudo isso que o senhor MST aponta para que se ceda às pretensões anti Israel não é nem nunca será um bom motivo para calar a voz da nossa consciência. Nem à força de petro-dólares !!!
Por exemplo como esconder o desejo que o dito mundo árabe tem de destruir o Estado de Israel ? Estivesse isso ao alcance deles e todos pensassem da mesma forma que o senhor MST, o Estado Hebraico seria perseguido até à sua aniquilação. Concordar em sede na ONU com estas teses (ainda que encapotadas pela falsa retórica de um pretenso humanitarismo pró-palestiniano) a pretexto de agradar a um grupo de países e em nome de negócios é completamente insano.
Custa muito acreditar no palavreado desses senhores para consumo externo quando oprimem , exploram, massacram os seus próprios povos. Acreditar numa autoridade palestiniana corrupta e mafiosa ?.
Diz também que : "se os palestinianos não têm direito a um estado, se não são cidadãos reconhecidos por Israel e também não são por Sírios, Jordanos, Libaneses ou Egípcios, que raio serão eles juridicamente apátridas na sua própria terra ?".
Ora finalmente chegamos à grende questão, A SUA PRÓPRIA TERRA.
Pressupôe talvez que tenha já existido uma pátria palestina. Se tal existiu, onde foi ? Qual era a a sua capital? Qual era a sua moeda? E os seus reis ?
Pois é. Aqui as coisas complicam-se. Pois a palavra palestina nasceu da mente do imperador romano Adriano. Quando após subjugar o Reino de Judá e mudar o nome de Jerusalem para Aelia Capitolina passou a designar a provincia romana da Judeia como Palestina, tudo isto num esforço para apagar a memória Judaica da região.
Portanto falar em palestina é citar algo que fisicamente nunca existiu, pelo menos nos moldes que hoje lhe pretendem atribuir.
Falar de um estado palestiniano é e continuará a ser apenas um pretexto para a aniquilação de Israel.
Penso que a melhor contribuição de Portugal no C.S. seria votar contra um futuro estado da palestina. Isto até que a existência de Israel nunca mais possa ser posta em causa seja por quem for.
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